SEU DIDIZINHO
José Alves Moreira era o seu nome de batismo, conhecido de todos, por Seu Diga, ou Didizinho. Este homem de estatura pequena, sempre sorridente, de semblante sereno, nos passava muito otimismo e fé constante. Recebeu da natureza o dom de levar o alivio, a paz a quem precisasse; dotado de especial energia espiritual, rezava e benzia contra os males, as dores, mau olhado e outros infortúnios. Através de responsórios, fazia encontrar objetos, coisas perdidas ou roubadas.
E como se estivéssemos vendo-o, diante do seu altar, bem cuidado, onde cultuava os santos de devoção. Possuía bela voz, que junto a harmonia do seu violão, ao cantar, transmitia sentimentos profundos, com seu repertório de melodias românticas, da época, como boleros, valsas etc.
Era de costume, reunir um grupo de moças e rapazes, à frente de sua casa, à Rua da Matriz, para cantar. As pessoas se aproximavam; toda a rua apreciava esse momento musical, que nas noites enluaradas, prolongava-se até altas horas.
Alguns desses nomes são lembrados: Nadinho, Dei, Nenzinha, Adilina, Lurdinha, Eulália, Raimunda, Lita, Lígia, Dedete, Judice, Marinalva, Noélia, Eliane... Desse modo, Seu Diga, foi solicitado muitas vezes para fazer serenatas. Procurado por rapazes apaixonados, para cantar à frente da janela da namorada, da noiva, da mulher amada.
SEU ARLINDINHO
O seu nome era Arlindo Ursulino dos Santos, natural de Castro Alves-BA, vindo para Miguel Calmon, com seus pais, Antônio Ursulino e Dona Ana, conhecida Siana, a seguir veio para Caldeirão Grande, com seus irmãos. Casou-se com Dona Jardelina Ribeiro dos Santos, filha de Cassiano e Maria Ribeiro de Jesus, nascida em 1888, e faleceu em 1965. Tiveram oito filhos, que residem nesta cidade. Também, a sua irmã, Sizina Tiago de Jesus, a tão conhecida, Dona Baia.
Ele era uma pessoa muito alegre, costumava reunir as pessoas nos animados “batalhões” da quebra do ouricuri, para a “bata” do feijão, da mamona, do milho nas roçagens e no plantio.
Possuía uma tropa de jegues, que transportava pedras, areia, tijolos, madeira, telhas etc.; também carregava água em latas, colocadas em caixões, presos à cangalha dos animais.
Desta forma, trabalhou incansavelmente, contribuindo com a edificação da cidade, nas obras de calçamento, dos prédios escolares, das casas comerciais, das residências etc. Ao lado de outros companheiros, como o velho Petu, da Rua da Lagoa, que fazia os mesmos serviços, e seu Chico Timóteo; também ficou conhecido, pela responsabilidade e confiança, pois, levava e trazia quantias de dinheiro e resolvia assuntos, junto à Agência do Banco, em Jacobina, para as pessoas de negócio e comerciantes.
“Seu Arlindinho, assim, muito conhecido, devido a sua pequena estatura, eu ainda guardo a emoção, desse aluno da primeira turma do Movimento Brasileiro de Alfabetização (MOBRAL), ao desvendar o segredo das letras e escrever o seu nome, foi incontida a sua felicidade.”
O seu exemplo de luta e como cidadão caldeirãograndese, permanece nos seus filhos, netos, familiares e em todos nós.
“BILUZINHO “
Benedito Olímpio Guirra, morava onde é a atual Praça Castro Alves, com sua esposa, Maria Sancha Benigna de Jesus e seus oito filhos. Biluzinho, era o seu apelido, assim, conhecido por todos, devido a sua pequena estatura.
Esse homem, muito trabalhador fazia todo tipo de trabalho e serviços. Cuidava da roça, de animais, era um bom lenhador, aguadeiro, fazia mandados e carregava materiais, madeiras nos jegues para construções; desse modo, prestou grandes serviços na construção da Igreja Matriz, das residências e das obras públicas de Caldeirão Grande.
Das suas caçadas e pescas, costumava trazer à praça um peba ou tatu e belas traíras.
O seu semblante era calmo, sombrio e feliz, nos passava o grande exemplo de confiança e humildade.
QUINTINO SAPATEIRO
Quintino Matos nasceu em 10 de novembro de 1920, na Itinga, antigo nome do município de Antônio Gonçalves, vindo para Caldeirão Grande, ainda criança onde frequentou a escola, viveu as experiência da infância e juventude, aprendeu desde cedo a lidar com o comércio com seu pai, Valeriano Matos. Sua mãe chamava Amélia de Jesus.
Ele cresceu, viveu e fez parte da história de Caldeirão Grande, com sua esposa Dona Elenita Maceno Matos, um casal gentil, cortês, e jamais mediam esforços, para ajudar as pessoas, costumavam deslocar–se para socorrer com remédios e aplicações de injeções a quem necessitasse. Foi sempre atuante nos acontecimentos da comunidade, na Igreja, nas comemorações, na política e participou ativamente do movimento em prol da emancipação de caldeirão Grande.
Muito bem humorado, foram inúmeras histórias, anedotas e piadas que contava, também, foi seresteiro, gostava de cantar as músicas de sua época. Como tinha a profissão de sapateiro, ficou sendo conhecido de todos, por Quintino Sapateiro, exercendo a função com habilidade até o fim de seus dias.
Ficando sem a sua companheira, que faleceu em 15 de dezembro de 1999, ele também, deixa esse convívio, aos 80 anos de idade, em 1º de setembro de 2000.
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