quarta-feira, 13 de junho de 2018

MOMENTO SUBLIME


É verão, em dezembro de 2001. À tardinha de calor insuportável, após um dia exaustivo de trabalho, procurei deleitar-me e fui aliviar as tensões dirigindo-me à frente de nossa casa e num só olhar, contemplei toda a rua, o céu de azul acinzentado, ainda com muitas nuvens brancas e escuras. Alguns pássaros seguiam em revoada, procurando seus abrigos, outros voavam cantando em busca dos seus ninhos entre os galhos das enormes árvores.
A cantiga das cigarras e dos grilos formava uma rara melodia. Comecei a andar bem devagar, com passos leves, enquanto o meu rosto absorvia o frescor da brisa, provocado pelo ligeiro vento que soprava, deixando cair algumas folhas das algarobas e amendoeiras da sombria e tranquila Rua da Matriz.
Sentar-me no banco da praça, não é privilégio de todos os dias; por isso, sempre que posso, desfruto desse instante calmo e sublime, em que parece, até que a terra inteira num brinde à natureza agradece ao Criador, pela belíssima hora do crepúsculo.
Ouço as últimas badaladas do sino da Igreja matriz, ao som da suave e comovente música da AVE MARIA... E como em um videotape na rapidez de um tufão, transporto-me aos tempos de criança e curvando os joelhos, juntando minhas mãos, em silêncio rezo...
O Anjo do Senhor anunciou a Maria,E ela concebeu do Espírito Santo.
Ave Maria cheia de Graça...
Eis aqui a serva do Senhor.Faça-se em mim segundo a vossa palavra.
Ave Maria...
E o Verbo se fez carneE habitou entre nós.
Ave Maria...

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