LEMBRANÇAS
À sombra das algarobas,
Estou a contemplar
As águas prateadas da lagoa,
Pelo brilho do sol ardente,
Se afastando do horizonte infinito,
Que contorna o lenço azul
Do imenso céu,
Da nossa amada terra,
Dos licurizeiros!
Tudo formava a mais alegre,
E encantadora paisagem,
A quantidade de patos
E galinhas d’água,
Sobre o golfo da lagoa,
Os pássaros em revoada,
Sempre tinham nas árvores,
Seus ninhos com filhotes.
As borboletas de todas as cores,
E beija-flores, contornavam
Indo pousar sobre as margaridas,
Brancas e amarelas,
E florzinhas do mato!
Destacava-se a exuberância
Das palhas altivas,
Sombreando as mamoneiras,
Entremeadas da imensidão,
Das flores roxas de maracujá
É como se estivesse vendo,
O “espantalho” grande boneco de pau,
De roupas extravagantes e coloridas,
Suspenso no arrozal, à beira d’água;
Mais adiante, as bananeiras
E no fundo, a mata verde,
Que não existe mais...
MEMÓRIAS DO ENTARDECER
Eu queria ver...
Pássaros em bandos,
Curiós, sofrês, azulões, juritis,
Por todo infinito azul,
Voando...
Nas árvores, o abrigo
Encontrando...
Ao cair da tarde,
Os beija-flores
À sombra dos ouricurizeiros
Banhando-se nos lajedos,
Beijando as flores de maracujá;
E as lavadeiras, a recolher as roupas
Do cercado...
As borboletas,
Brancas, azuis, amarelas e pretas,
Voando baixinho...
Sobre as verdes malvas
E línguas-de-vaca,
Indo pousar nas florzinhas
De boa-noite e de alecrim...
De galho em galho,
Dos umbuzeiros e dos juás,
Rolinhas e bem-te-vis
Pousando...
E na velha barriguda, o sabiá a cantar,
Patos, gansos e marrecos,
Nadando...
Os sapos a coaxar, o cric-cric dos grilos e cigarras,
Entre os cipós e samambaias...
Sinto o cheiro do eucalipto;
E no meu rosto, a morna brisa...
Me vejo entre tantas moças
Faceiras... Lata d’água na cabeça
Passando pela trincheira,
Indo até os lajedos,
Com o namorado, encontrar.
Ao anoitecer, eu queria ver
Pardais e andorinhas,
Em revoada, na torre da igreja
A se abrigar...
Corujas e morcegos,
Deixando os esconderijos,
Nas calçadas,
O trac... plac do ouricuri,
As crianças felizes,
Ouvirem histórias,
Para dormir...
Eu imagino ouvir
As seis badaladas do sino,
Lembrando a anunciação do anjo...
Da janela, eu contemplo
As casinhas pintadas,
Refletidas nas águas transparentes
Da lagoa calma,
Pelos últimos raios do sol;
Em silêncio, faço a oração
De louvor e agradecimento,
Ao Senhor da Criação.
“Nessa nova era da tecnologia, o uso do computador tornou-se necessário. Porém o livro continua sendo em todos os tempos, o veículo indispensável às grandes viagens dos questionamentos próprios, para as fantásticas descobertas.”
Marinalva Bezerra Santana
“O que lembro, tenho" (Guimarães Rosa).
“FINALIZANDO...”.
Embarcamos junto nessa viagem maravilhosa e cheia de emoções. Certamente conseguimos atingir o que objetivamos realizar nessa “obra”.
Sei que sorri e me diverti, também chorei, sobretudo muito aprendi, pois descobri que todas as pessoas têm algo de útil e importante a ensinar-me. Como acontece, naturalmente, estacionamos inúmeras vezes, por motivos diversos. Sabendo que nessa trajetória, como a existência é breve, muitas pessoas vão desembarcando, deixando um grande vazio, com o infinito adeus. É realmente, dolorido e lamentável, portanto a vida, com seus reveses, desventuras, desagradáveis surpresas e trágicos acontecimentos; entretanto, repleta de sonhos, de fé e de méritos. Também, altamente preciosa nas conquistas que propicia para cada uma pessoa; por esta razão, tento aproveitar da melhor forma possível esta efêmera passagem, a minha valiosa oportunidade, ocasião propicia à constante sintonia com o próximo, quando posso sentir através das coisas mais simples, o valor de uma verdadeira e grande amizade, e encontro a satisfação, toda vez que posso servir a alguém, de alguma forma.
A todos, um grande abraço com agradecimentos.
Marinalva Bezerra Santana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário