domingo, 10 de junho de 2018

O CAVALEIRO DA MEIA NOITE


Muitas pessoas dizem que viram o “Cavaleiro da Meia Noite” tão comentado e que causava espanto e muito medo a população.

Uma filha de Selvina conta, que certa vez, ao chegar de madrugada de uma festa, ao abrir a porta da sua casa, de repente, viu do outro lado da rua, esbarrar um cavalo, o mais de tudo, tão escuro, só deu pra ver a bota do cavaleiro, ao colocar o pé na calçada.

Jairo também, nos contou que viu o tal cavaleiro aos galopes, em direção à Matriz. As informações que temos é de que essa visão acontecia, principalmente, aos moradores dessa rua, e foi assim que Maria das Neves, quando ouvia o plac... plac... plac... Na disparada, para lá e para cá, muito assustada, interrogava a sua mãe...

Aconteceu porém, que certa noite, mais escura que o breu, quase meia noite e caia uma garoa leve, bem fria, Neguinho, um rapaz destemido, ainda bem moço, filho do tão conhecido Biluzinho, que passava por essas bandas e resolveu permanecer ali por mais um tempo, abrigando-se, atrás do prédio escolar. Não demorou muito para ouvir os cachorros latir e a disparada do cavalo, que atravessava o beco do eucalipto e galopava até o final na Rua da Matriz.

Em meio à arruaça dos cães, o cavaleiro para junto à Escola, desce da mula preta e retira o chapéu, que lhe cobria o rosto.

Só assim, Neguinho pode ver de perto de quem se tratava aquele homem vestido de preto, que usava uma longa capa, calçava compridas botas, que vai se aproximando. Uma mulher vem correndo para os seus braços e beijam-se demoradamente.

Era ele o próprio Dagnaldo, esse “Cavaleiro da Meia Noite”, porque existiram outros, que de tão apaixonados, usavam o mesmo disfarce, para encontrar-se com a mulher amada.

Nos conta Tia Cota, Dona Maria de Arismário conhecida e grande costureira da época, que ao permanecer até alta madrugada, costurando, viu por várias vezes, quando o cavaleiro da meia noite atravessava também a Rua do Facão. O barulho e a ventania eram tão fortes, afirma ela, que a janela se abria e a luz do candeeiro se apagava. Os seus cabelos, apesar de tão compridos, eram jogados para cima e ela ficava muito assustada.

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