José Estêvão dos Santos, conhecido como José Barracas e sua esposa Maria Barracas viveram com seus filhos Faustino, Euclides (Quido), Marcelino, Dora, Alzira, (Dona Ruca), Judite, Alexandre, Izaltina e Alice (Piçota) na Fazenda Cacimbas, de sua propriedade.
Judite Bezerra dos Santos, já falecida, costumava contar a seu esposo Francisco Alves Bezerra e a seus filhos Vidinalda, Virginalda, Celeste, Francisco, Vanúsia e Vanessa a historia e aprendizado que recebeu do seu pai, que era descendente de índios e sua mãe descendia de italianos. O pai de José Barracas, seu avô, foi um índio que viveu na sua tribo e apaixonou-se por uma índia de outra tribo que viveram em atrito. Consta que inúmeros deles, foram capturados para o trabalho da lavoura; aconteceu também, na época, o grande massacre da matança de índios, e muitos deles fugiram. A formosa indígena, porém, foi posteriormente adotada, por um grande fazendeiro, criador de gado de Feira de Santana.
Apesar da distância e da divisão das tribos, o amor entre os dois, foi mais forte, uniram-se em sonho, que lhes foi revelado o lugar onde deveriam encontrar-se. Desse modo, os jovens indígenas, conforme indicava o sonho, chegaram ao seu destino às matas de Barracas, terras do domínio do antigo Boqueirão, atual Caldeirão Grande, onde se estabeleceram. Casaram e foram felizes. Daí a razão de chamar-se José Barracas, este homem de saber popular, de conhecimento do mundo das plantas, que aprendeu de seus pais. Sabia utilizar os recursos da natureza; as ervas, as raízes, as folhas, na preparação de remédios, xaropes, lambedores, no combate às diferentes doenças.
Juntamente a sua mulher, benzia e rezava contra os males de olhado, de dores, do vento, e de espinhela caída.
Tinha o dom de consertar ossos deslocados, encanava braços e pernas quebrados, também passava o remédio certo, contra a picada de cobras venenosas, bichos peçonhentos e mordidas de animais ferozes.
Sabia cuidar dos animais, resolvendo pequenos e grandes problemas, a exemplo, usava a tática de desengasgá-los, colocando um estribo entre a boca do bicho e, com a mão, retirava o engasgue.
Judite, desde criança, participava desse processo, e ajudava seu pai, nessa tarefa abnegada de levar o alívio a quem precisasse, na época que não havia recursos médicos, nem remédios, nenhum meio preventivo às doenças, nem transporte e comunicação.
Dessa forma, o que dele aprendeu, também passou às pessoas do seu tempo, assim nos mostra essa história de uma cultura secular, passada de geração à geração.
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