sexta-feira, 8 de junho de 2018

ENOQUE ELIAS


Sr. Enoque (ao centro) e esposa Dona Idalina, 

rodeados dos seus filhos.

Natural de Olhos D’Água, município de Jacobina, onde desde muito cedo, exerceu o ofício de sapateiro. Veio para Caldeirão Grande quando ainda solteiro, fazia calçados de todos estilos, dos mais rústicos aos das grandes ocasiões.

Casou-se com Idalina Alves Bezerra, residiram à Praça Velha, atual Rua Euzébio Bezerra onde instalou a sapataria e venda de produtos variados, quando a feira funcionava naquele local. Também ali, existia uma venda de alimentos de Sr. Piroca, seu sogro. Foi proprietário da Fazenda Piripiri; a seguir, resolveu experimentar a vida de garimpeiro, onde sua esposa colocou uma barraca nas “Figuras”, local conhecido pela existência de uma Igreja, e Tia Bebé, sua irmã, levava para lá uma variedade de doces, bolos, sequilhos para vender. Ao voltar do garimpo, comprou uma parte da Fazenda Mulungu, abriu uma venda à Rua da Matriz e outra no povoado de Barracas, passando a morar com seus doze filhos, à Rua do Facão, atual Rua 25 de Abril. Seus filhos são: Florita (falecida), Antenor (falecido), Etevaldo falecido), Antônio (falecido), Evaldo, (nem) Maria (Bia), Pedro Pedrinho), José (Zelinho), Edvaldo (Tita), Clélia, Célia e Aderbal (Bal). Naquela época, ele exercia a função de fiscal da feira livre de Caldeirão Grande.

Ele tinha ainda o saber de lidar com os remédios homeopáticos e ervas, no combate às doenças, na época que não existia nenhum tipo de assistência e recurso médico; de modo que, se encontrando com a saúde abalada e como trabalhador, conhecedor dos direitos legais, tomou a resolução de escrever uma carta ao então Presidente da República, Sr. Eurico Gaspar Dutra, em 1946, detalhando não somente o seu estado, mas a situação agravada pelos efeitos das longas estiagens, tornando mais difícil, a vida para as famílias e todos em geral. Constava também na correspondência uma fotografia, que até hoje, seus filhos a guardam de lembrança. (Veja abaixo).

Assim, da forma inteligível e democrática, como agiu, teve direito ao benefício Auxílio Doença, no período do segundo mandato do então presidente Getúlio Vargas. Em seguida, foi para São Paulo onde conseguiu conquistar a sua aposentadoria integral.

Posteriormente, a sua esposa Idalina e demais filhos, alguns parentes e amigos também foram para as terras paulistas, onde fixaram residência; desenvolveram-se, viram seus netos crescerem, projetaram-se e alcançaram estabilidade e o espaço idealizado.

Esse homem, perseverante, continuou em São Paulo a fazer os serviços de sapateiro, confeccionando sapatos para a família, amigos e pessoal do bairro. Ele, que nasceu no ano de 1903, deixa o convívio terrestre, em 1979, aos 76 anos de idade, legando a seus filhos o exemplo de luta e determinação, o reconhecimento de todos, do primeiro aposentado dessa localidade de Caldeirão Grande.

Tia Idalina, sempre perseverante, ao lado marido, foi uma pessoa extremamente religiosa e caridosa, alegre, acolhia com bondade, parentes e amigos. Em nossas lembranças a guardamos carinhosamente, sempre!

Durante o mês de abril ao inicio de maio, seu filho, Pedrinho, esteve conosco em viagem de passeio com sua esposa Perpétua. Regressando a São Paulo, passando apenas poucos dias, tivemos a trágica notícia do seu falecimento, deixando todos consternados.



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