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Ilustração da “Dama de Vermelho” |
Amália era uma bela moça, filha única, que viveu em companhia dos seus pais, numa grande fazenda de sua propriedade nas proximidades do pequeno povoado de Baraúnas.
Aos dezoito anos de idade, ela se apaixonou por Jacinto, um rapaz, simples e pobre que trabalhava naquelas terras, porém muito honesto e corajoso.
Os pais dela, como não aceitaram a união dos dois, resolveram desterrar o rapaz e deixaram a moça impossibilitada de comunicar-se com quem quer que fosse. Somente a sua madrinha Doroteia tinha acesso aos seus aposentos e sua família tratou logo de arranjar um noivo rico e fidalgo para ela.
Por outro lado, Jacinto que havia chegado a São Paulo, com muito sacrifício, e lá trabalhava já havia três anos. Sabendo dessa notícia, veio imediatamente para Bahia, na esperança de não perder para sempre a sua amada.
Finalmente chega o dia do casamento, conforme seus pais haviam determinado. A jovem porém, com a ajuda da sua madrinha, pode sair do seu quarto, não trajada de noiva, como todos a esperavam na capela, mas vestida num elegante vestido vermelho, igual às damas de honra que iam apresentar-se naquela cerimônia.
Desse modo ela conseguiu fugir, atravessar a mata para chegar até a estrada aonde o seu amado vinha encontrá-la.
Já passava da meia noite e ela tão fadigada, sem forças, ao deixar aquele caminho, é surpreendida por uma carreta que a atropela fatalmente. Jacinto se aproxima e a tudo presencia sem poder fazer nada para salvá-la, cai em pranto ao lado daquele corpo já sem vida.
Não suportando a dor da separação, o rapaz adoeceu gravemente e morre pouco tempo depois.
Os pais de Amália se arrependeram muito e logo correu a notícia de que quando os mesmos viajavam por esse local viam a sua filha, toda trajada de vermelho a beira da estrada a acenar-lhe com a mão e que não demoraram a morrer de desgosto, tristeza e de solidão.
É o que nos diz Zezinho motorista que viu a dama de vermelho, assim como ele, outras pessoas também tiveram a mesma visão, no decorrer desses trinta anos, passando por essa estrada.
Esta história é contada pelos mais antigos para mostrar que egoísmo e falta de amor causa o mal, tirando o mais precioso bem da vida, que é a paz.
Esta é apenas uma parte de nossas histórias. Cabe aos interessados conhecer inúmeras outras, bem como mitos e figuras lendárias da região.
O nosso folclore é rico e diverso, são interessantes os sambas de roda, bandas de pífano e sapateado, festas de argolinha, corridas de cavalo, cantorias nas batas de feijão e quebra do licuri. Temos os rezadores, benzedores, raizeiros, curandeiros. É apreciada a comida regada ao leite de licuri e a cocada. Também presente no nosso povo as devoções, superstições, ditos populares, as simpatias, o batuque e o piji.
É necessário ouvir, contar e divulgar esta cultura local, afim de que leve ao conhecimento de todos o importante patrimônio cultural.
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