quarta-feira, 6 de junho de 2018

MEMORIAL A MADRINHA BEBÉ NOS SEUS 95 ANOS DE VIDA


Na faustosa primavera,
Já chegando o quente verão
Em 14 de novembro de 1912,
Uma linda menina nasce,
De todos a alegria e afeição.

Nas terras de Umburanas,
Pedaço de chão baiano,
Conduzida por seus padrinhos,
Recebe a marca cristã,
Pelo sagrado batismo.
É chamada Izabel,
Que significa bela Elisa.

O seu pai era,
Albino Barbosa de Souza,
Vindo do Crato, Ceará,
Radicou-se na terra bonfinense,
Dedicando-se a agricultura,
E a criação de animais.
A sua mãe, a umburanense,
Maria Margarida de Souza e Silva,
Uma eximia costureira,
Fazia as mais belas roupas,
Do figurino da época.

De olhos e cabelos negros,
Por Bebé, sendo chamada,
Graciosa a pequena morena,
Cresce com seus oito irmãos:
Elvira, Eulina, João, Laudelino,
Francisco, Otília, Nelson e Aldacina.

Ainda menina-moça,
Veio morar em Bonfim de Vila Nova,
Para ser educada na cidade
E também frequentar a escola.
Da senhora Francisca Hermenegilda da Silva,
Recebeu carinho, cuidados e atenção,
Dotando-se dos bons valores,
Habilidades e boa instrução.

Logo, a bonita jovem
Tem a admiração e simpatia,
De Fernando, um rapaz inteligente,
Que conquistou o seu amor,
E uniram-se, os dois corações,
Pelos laços do matrimônio.

Dessa bela união,
Nasceram os seis amados filhos
Maria Izabel, a professora Mariazinha,
De abnegado serviço em Senhor do Bonfim,
Hernane, contador do Banco do Brasil,
Luís, professor, funcionário do Banco do Brasil,
Paulo Fernando, engenheiro arquiteto,
Jorge, engenheiro civil,
E Marilda, professora,
Foi secretária da Câmara de Vereadores,
Atuou no Cartório de Causas Familiares,
Entre outras atividades.


O seu esposo era filho,
De Manoel João da Silva,
E de Francisca Hermenegilda da Silva,
Já mencionada;
A sua irmã Eulina,
Casou-se com Flávio, seu cunhado.
Um jornalista, dedicado.

De todos os seus irmãos,
Ela e Nelson,
Vivem a bênção da longevidade,
Os demais já se encontram,
Na sua eterna morada.

Em 1983, a morte a separa,
Do seu esposo amado,
Cuja memória é renovada,
Pelos relevantes serviços,
Como contador eficiente,
Da Prefeitura da cidade.

Na sua trajetória de vida,
Viu o mundo transformar,
Pela nova era das máquinas,
Com a chegada do trem de ferro,
Do carro, do telefone, do avião,
Do cinema, do rádio e da televisão.

Sentiu os clamores das secas grandes,
E da triste guerra mundial,
As crueldades de Lampião e seu bando,
Pelo nosso imenso sertão.

A sua história de vida,
Foi crescendo com a cidade,
Viu nascer a Diocese em 1933,
A chegada do primeiro bispo,
Das Sacramentinas e dos Maristas.

As comemorações cívicas e religiosas,
O tradicional São João,
A devoção a Santo Antônio,
Dos seus antepassados,
Por sua filha Mariazinha, é preservada,
Com o santo de casa em casa,
Em festejos e novena.

Esposa e mãe devotada,
Nas costuras e nos bordados,
Aos trabalhos com retalhos,
E à arte culinária.
Extremamente religiosa,
Tendo o terço, preso às mãos,
Com seus versos nos surpreende
E nos abençoa, as suas orações;
Nos conta muitas histórias,
Relembra o tempo da infância,
E da sua mocidade,
Do seu velho cachimbo
E do charuto que fumava.

A sua voz é doce canção,
Transformada na poesia,
De imenso amor e saber,
Que nos anima e inebria,
Agradeço a Deus pela vida,
E pelo dia especial,
Que tornou-se minha madrinha,
Na pia batismal.

Receba pois, nesse memorial,
Meus afetuosos parabéns,
Junto aos seus filhos presentes,
Aos 22 netos, aos seis bisnetos, três tetranetos,
Parentes, amigos e amigas,
Nessa celebração jubilar,
Da grande festa da vida,
Dos seus 95 anos,
De alegrias e ternos amores,
Almejando-lhe saúde, felicidades,
De abençoada existência.                   
  Marinalva B. Santana – Senhor do Bonfim-BA, 14/11/2007  

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