terça-feira, 12 de junho de 2018

MAS QUE SAUDADES...

De Brasília, Paulo Machado Batista, ex-prefeito de Senhor do Bonfim, escreve para o Jornal Conhecer, de Caldeirão Grande- Ba, em Novembro de 1975.

Paulo Machado Batista (in memoriam)
Abro a janela, e este ruído ensurdecedor abafa os meus pensamentos. É Brasília, minha gente. É a capital do país, mas confesso que ainda não me acostumei. Acho que não nasci para cidade grande, meu lugar é lá onde se acorda com os pássaros, todo mundo é conhecido, amor a terra é maior...

E de repente a saudade aumenta, (bate coração, bate mais forte até fugir do peito!) e fecho os olhos, e não meço distância. Caldeirão Grande, sim é lá que vivo agora, mas é só saudades! (vou fazer queixas ao IBGE, hoje vi um novo mapa do Brasil e Caldeirão Grande não estava lá...) Deixa pra lá, os mapas não são tudo. Há muito coração para colocar este lugar, inclusive o meu. E viajo de novo, Caldeirão me espera. E é como se fosse hoje... Ladeira grande, do chão vermelho ela desponta! E o carro acelera e ali o açude mais uma ladeirinha, e criançada já começa a gritar: Pe. Paulo! Pe. Paulo! E o posto de gasolina (Rodrigues, já encheu o tanque?) e as construções de seu Enedino (êta prefeitinho trabalhador, gente...) e o clube que nunca fecham e o Katim-Bar que mudou de dono, e a praça da feira que já calçaram, e a Vera me virando o rosto, e a Igreja chegando! Sim e a Igreja chegando...Vamos ficar por aqui gente, que alguma lágrima vem vindo.

seu Piroca pra mim ainda não partiu, me conta quantos céus existem e elogia minha pregação, e diz que daria um bom missionário. Velho amigo te quero muito! (acorda Maristela, dorminhoca, eu sei) sino tocando, povo chegando, (que cafezinho bom, Tia Bebé)! Igreja enchendo. Saudade gente, saudade mata, não é mesmo professora Alaíde?

Um abraço pra cada um. Para os jovens de maneira especial. E para acabar, concluo o que comecei: Mas que saudades... De Caldeirão!




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