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Sede da Fazenda Boqueirão (reprodução). |
A região, primitivamente, pertencia aos domínios das tribos indígenas Paiaiás, Paniames, Sapoias e Sapuias, até a sua completa extinção pelos exploradores em busca de minerais preciosos.
O povoamento iniciou por compras de terras, desde 1895, do latifúndio denominado “Boqueirão” de propriedade do coronel Porfírio Ferreira, como extensão territorial do município de Santo Antônio de Jacobina. O extenso foral de terras foi comprado inicialmente pelas famílias: Bezerra, Alves e Correia, pelos respectivos senhores: Norberto Dias Bezerra, Manoel Alves Brasileiro e Luis Correia da Silva. Sucessivamente pela família Guirra, Antônio Zabelê, Sr. Marco, Antônio Bravo, que nelas passaram a residir e constituíram os primeiros núcleos de moradia.
Em busca de trabalho, da exploração das matas e extração de madeiras, chegaram pessoas de Campo Formoso, Senhor do Bonfim, Jaguarari, Caldeirão do Mulato, Uauá, Saúde, Jacobina, famílias foram chegando, outras se formando etc. Desse modo, a família Ferreira, descendente do Coronel Porfírio Ferreira, que também possuía o título de Conde, seus respectivos filhos, foram antigos moradores do lugar.
Devido à existência, ao redor da povoação, de grandes depressões nos terrenos, de formações rochosas, tipo bacias lajeadas, afuniladas e impermeáveis (caldeirões de pedras) formando espelhos d’água, os antigos moradores passaram a denominá-los de “CALDEIRÃO” e para diferenciá-lo de outros caldeirões, posteriormente encontrados na região adjacente, sabe-se, desde os primórdios, através de caçadores e pescadores, que se agregou popularmente o termo “Grande”, tornando o lugar conhecido como: Caldeirão Grande.
Devido à existência, ao redor da povoação, de grandes depressões nos terrenos, de formações rochosas, tipo bacias lajeadas, afuniladas e impermeáveis (caldeirões de pedras) formando espelhos d’água, os antigos moradores passaram a denominá-los de “CALDEIRÃO” e para diferenciá-lo de outros caldeirões, posteriormente encontrados na região adjacente, sabe-se, desde os primórdios, através de caçadores e pescadores, que se agregou popularmente o termo “Grande”, tornando o lugar conhecido como: Caldeirão Grande.
Seus moradores iam pegar água doce das chuvas que se juntavam nos lajedos. Também utilizavam da água do caldeirão do Junco e do caldeirãozinho. Naturalmente, só as mulheres se davam ao serviço de aguadeiras, utilizando potes e grandes cabaças. Os homens trabalhavam na lavoura, cuidavam dos animais, caçavam e pescavam.
As informações que temos dos mais antigos e de pessoas que ainda vivem e se encontram em perfeita lucidez, que no centro das terras adquiridas pelas famílias Bezerra, Alves e Correia foram separadas, uma parte na qual cada família construiu o seu tanque para juntar e armazenar água, sendo cada um cercado, fechado à chave, aberto apenas no horário das pessoas pegarem água. Local este, onde atualmente está situada a lagoa municipal. A divisão das terras se deu do seguinte modo:
Da lagoa para o nascente, ficou pertencendo a Norberto Dias Bezerra e Manoel Alves Brasileiro, onde foi construída a primeira capela de Santa Rita. Da lagoa para o poente, ficou para Luis Correia da Silva, onde surgiram as primeiras casas da Rua da Matriz. Convém mencionar que na parte central dessa área existia desde os tempos mais remotos, um grande Cruzeiro, onde sepultavam os mortos. Certo tempo depois, o Sr. Pedro Dias Bezerra, conhecido por Sr. Piroca, filho de Norberto Dias Bezerra, comprou essa parte de terra ao Sr. Luis Correia da Silva, com a finalidade de ser construída uma capela (atual Igreja Matriz), onde mais tarde no terreno ao lado, o citado Sr. Piroca, como proprietário legal, construiu a sua quarta residência, onde ele viveu com seus familiares até os seus últimos dias, desencarnando aos 90 anos de idade, em 18 de maio e 1975.
Naquela época o Sr. Norberto, tinha um irmão, Felisberto Dias Bezerra (o Frei Sabico) que foi um missionário da Ordem dos Capuchinhos (?), permaneceu durante muito tempo no convento de Salvador, porém vindo definitivamente para Caldeirão Grande, realizou a construção da sonhada capela de Nossa Senhora da Conceição, por volta de 1918, que deu origem a Igreja Matriz de Caldeirão Grande.
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Frei Sabico |
Frei Sabico, dedicou-se ao serviço de Deus e dos irmãos, catequizava, assistia aos doentes e moribundos. Nas suas peregrinações costumava dizer: “Já percorri sete cidades e um reino”. Na capela onde passava grande parte do seu tempo, já bem velho, foi encontrado gravemente enfermo esse devotado e fiel servo de Deus. Sabe-se que ele tinha duas irmãs freiras, Maria e Joana, que viviam no convento. A família muito religiosa, sem dúvida alguma, influenciou bastante a introdução do catolicismo em Caldeirão Grande.
Tio Sabico, assim também era conhecido por todos que o estimavam. Ele andava por todos os lugares, percorria estradas e, pelos caminhos, pregava seus sermões, pois somente com a palavra de Deus e orações, jamais haveria entrada para o “ente Cristo”. Alimentava-se por onde passava. à noite abrigava-se na casa que recebeu de João Bombeiro, na rua do Facão (atual 25 de Abril), sempre foi acolhido por esse senhor tão caridoso, que cuidou em sua própria casa, até a sua morte.
João Bombeiro foi soldado, depois cabo da Polícia Militar, em Salvador e fez parte do grupo de caça a Lampião, adentrando matas, cidades e lugares mais íngremes. Em Alagoas, tornou-se soldado do Corpo de Bombeiros, onde nasceu sua filha Alzira.
O seu nome era João Marcelino da Silva, seus pais, Acelino da Silva e Maria Amância da Silva, sendo seus irmãos: Pedro, Antônio, Cezar, Tapuia e Josefa.
Assim ele era chamado, devido a sua função de bombeiro. Casou-se com Elvira Alves Bezerra, uma senhora muito bonita, possuindo a excelente habilidade de costureira, fazia os mais belos vestidos da época. Dessa união nasceram, os filhos: Raimunda, Adelaide, Maria do Carmo (Lita) e Antônio.
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