BANDAS DE CALDEIRÃO GRANDE

BANDA DOS BATUTAS

Por volta de 1938, juntaram-se cantores, tocadores do lugar formaram o primeiro conjunto musical, que nasceu na Rua do Facão atual Rua 25 de Abril, e recebeu o nome de “Banda dos Batutas”. Era formada por Pedrinho de Dona Sara, no banjo, Teté com o saxofone, Elizeu, seu irmão, Dezinho, no clarinete, Cícero e Zé Itiúba, irmão de Manoel Itiúba, tocando pandeiro, como vocalistas, tinha as belas vozes de Dona Clotilde e Dona Adilina.

Acredita-se que esse conjunto, foi o mais antigo, comenta Amorzinho, morador dessa rua, desde criança, com sua mãe Dona Joaninha, (já falecida).

A Banda dos Batutas tocava nas festas, carnavais, animava a tradicional quadrilha, que partia da citada rua, acompanhava os ternos, folia de reis, na época do natal e era presença marcante nas feiras chiques que também, aconteciam nesse local, e que nem todos sabem disso. O fato é que os moradores se organizavam, enfeitavam toda dimensão das casas, com palhas e bandeirolas coloridas e as barraquinhas, compostas de doces e salgados, que não podia faltar as cestinhas de castanhas de caju.

Vários jogos, sorteios, leilões, atraia a atenção de todos. Ciganas e policiais fantasiados prendiam pessoas, afim de que pagassem prendas, ao serem libertadas. Os participantes divertiam-se e dançavam até o amanhecer. Muitas vezes ainda, acontecia que a Banda dos Batutas, saía a tocar pelas ruas de Caldeirão Grande, e a fazer belas e inesquecíveis serenatas, acompanhadas da bonita e saudosa voz de Quintino Sapateiro e do seu violão.

A DESPEDIDA

Aconteceu que jovens brasileiros foram convocados para servir o Exército. De todos os lugares como em Caldeirão Grande, alguns rapazes, foram chamados, entre eles, os componentes da Banda dos Batutas. Pedrinho, Zé Itiúba, Cícero, Teté e outros.

Se a partida para São Paulo causava grande pesar, imagina-se o clamor de todos. Vivia-se o período da Segunda Guerra Mundial (1939 à 1945). Restava agora somente aos escalados, a triste despedida do lugar, de tudo e de todos. Como sempre, as mães, são as que mais sofrem, pela separação dos seus filhos, elas choravam dia e noite, sem consolo, o sentimento de dor, apertava o coração, mais e mais, à medida que os Batutas faziam a despedida na casa de cada um, que ia deixar a sua Terra. Eles tocavam, cantavam, bebiam uma cachaça sem limite, e desta forma, passaram quinze dias na profunda tristeza. Não havia outro jeito, agora era hora de cumprir o dever de servir à Pátria.

Muitos jovens partiram de todo o Brasil, sem saber o que lhes reservava o destino. Deste modo, os convocados de Caldeirão, viajaram e compareceram-se à sede de Saúde, onde receberam a feliz notícia de que o Exército Brasileiro havia dispensado a presença deles.

A “grande guerra,” finalmente acabou, devolvendo a tranquilidade e a alegria que se via estampado nos rostos, e espalhava-se pelos lares, por todos os lugares, com festas e constantes comemorações.

PROGRESSO DA BANDA DOS BATUTAS

No decorrer do tempo, os “batutas” progrediram, conservando alguns dos seus componentes, acrescentando outros, deste modo nos conta Josias,{Jó},filho do Sr. Timóteo Nicolau, tocador de viola, que desde os seus oito anos de idade, já tocava fazendo parte desse conjunto, como baterista.

OS JOVENS

Nos anos 70, esse conjunto teve grande evolução, recebendo o nome de “ OS JÓVENS “com Teté no sax, Pedrinho, o próprio Josias no contrabaixo, Piuca e Jairo na percussão, Boca de Lobo e Carlos, bateristas, e Meire (eletricista)”. A seguir, teve continuidade  com os componentes, Guiu, Sabininho, Paulo Bezerra, Jamil, Lilio, Fia, irmã de Carlos e Josias no contrabaixo.

BANDA DO BEGE

Continuando, formou-se a Banda do Bege, com Alex, baterista, Guiga, como cantor e no teclado, Jelsom, filho de João de Loura, guitarrista, Josias, sempre no contrabaixo, sua filha, Suzanete, cantando e outros.

FILHOS DA TERRA

Conversando com Paulo Roberto, que é filho de Josias Rosa dos Santos, mencionado, e de Marlene Martins, ele nos diz que assim como seu pai, aos oito anos de idade, ia assistir os ensaios da banda e começou como baterista, cantando também, desde cedo. Este jovem recebeu de presente um violão, depois um teclado, que sem o auxílio de professor continuou a tocar, mostrando logo o seu grande talento, fazendo outras descobertas. O fato é que também a sua irmã Suzanete (Suze) começou a cantar desde menina.

A Banda Filhos da Terra se apresentava em Caldeirão Grande e região, fazendo bastante sucesso, tendo Guiga, vocalista, Alex, baterista, Martins, guitarrista e Josias, que passou por todas as bandas.

Ainda convém ressaltar que Suzana, filha de Eulália que é irmã de Adelaide, é possuidora de bonitas vozes, ela sempre se apresentou em eventos religiosos, cívicos, sociais e comemorativos da cidade, cantando, tocando violão, atuando e apoiando de forma voluntária ou não, em grupos musicais, a exemplo, a Fanfarra Musical, que faz parte da história.

CORAL EXALT’ARTE DA IGREJA ADVENTISTA

Atualmente, Paulo Roberto além de se apresentar com seu pai, em eventos e comemorações da comunidade, ele faz parte do Coral Exaltart da Igreja Adventista do Sétimo Dia, deste município, composto por dezesseis componentes, que transmitem a todos a boa mensagem, através da música e belas vozes, com quatro anos de existência, mostrando a capacidade de muitos jovens talentosos.

BANDA NEW MEMORY

Banda New Memory

A grande revelação do momento é a Banda New Memory, composta na sua maioria por filhos dessa terra, Caldeirão Grande, e que evidentemente vem afirmar que a genética atingiu as novas gerações, chegando aos netos, bisnetos, tetranetos etc. que, conforme o exposto, a herança cultural é passada de geração a geração, como aconteceu não somente na nossa arte musical, mas em outras áreas culturais. Revelam-se componentes da Banda New Memory:

Dircinho (caipora), Pardal, Suzanete (Suze), cantores, Norberto, filho de Alceu e de Adelaide, Nunha, baterista, Rosivan e Jura, filhos de Zé Piju, Eder, filho da Prof.ª Sueli, Agarradinho de Jacobina e o proprietário Jajá, morador da antiga Rua Euzébio Bezerra, nesta cidade de Caldeirão Grande, Bahia.